quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

GI BEE

 
Tiro.
Enfio.
Tiro Henfil.
E não retiro mais,
 Ao contrário até, Eu re-tiro,
 Sem, no entanto,
 Me ausentar.
Refil Sem me trocar,
 Sem me tocar.
 Enfio E tiro,
Henfil
E tiro Como num quadrinho: Bum!
 Filho-da-mão,
 Hem, fio!
Toma tua linha, fio
 Ou então Eu te enfio
 Na cara, Capadócio,
Um tapa,
A sangue-frio.
Tiro,
Enfio.
E já ninguém me olha,
 Tomando-me por atirador,
Sem me tomar Por profissional enfiador,
 Sequer um amador.
E eu esfrio,
Mesmo sentindo
 Ainda ter
 Tanta bala na agulha,
 Tantos cabelos no pente,
Tanta linha de costura,
 Tanto fio, hem, mão!
E se tiro tanto,
E se enfio muito,
É para que,
De tanto tiro,
Me enfiem,
Nalgum lugar,
Fora do meu próprio espaço,
 Onde eu possa,
Vindo isso mesmo a calhar,
Depois de tantos pores,
Ver um sol nascer,
Quadradinho,
Como (n)um quadrinho,
Um minúsculo,
Como se pintado,
 A dedo,
Na unha,
Bem rente à carne,
 Com a mestria de quem,
 Já posto o sol,
Ainda enfia
Sua linha,
Como bala,
 Na agulha,
Como quem,
 Mestre em tiro,
 Atira a linha
Num mar-alvo
 E acerta na bala,
 Uma esquecida,
 Ali atirada,
Cuspida pela boca,
Arma de fogo,
Perdido o gosto
 Por tanto chupar
 Seu sabor artificial,
Tal qual
Estas linhas aqui.
Refazê-las?
Refi-las.
Mas, cansadas de esperar,
 Debandaram da fila.
 E eu, que fiz?
Tiro, claro!
Enfiei-lhes bala.
Cuspi-lhes fogo.
Da minha própria boca, porém,
Língua de artifícios,
Só linhas,
Mais e mais.
 Então, descubro
Que durante todo esse tempo
 Fui a isca,
Enfiado,
Atirado,
Mas jamais mordido.
É ou não é
Para (se) dar um tiro?!
 

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