sexta-feira, 1 de maio de 2009

DOCE-PALAVRA



Uma concha na mão,
O caldo ao lado;
Na lateral, a contramão.
Não tendo, à vista, nenhuma caldeira
Nem fumaça em profusão:
E o que importa o continente,
Se, ilha, há caldo tão à mão?
Se brilha caldeirão?
Sibila adivinhação?
Então,
Se tudo isso à mão,
Se, ao lado, aquilo,
Qual a conclusão
Que se pode tirar,
Como concha metida nessa investigação?

Derrama-se o caldo
Porque, aqui, a lógica
Não é bem-vinda não.
E por que ela meteria
(como é metida essa lógica!)
Sua colher nesse caldo,
Derramando o já confirmado,
Mas que, nem por isso,
Isso de (se) derramar,
Não anda ao contrário,
Desfazendo assim a confusão?

Como num transe de passagem,
Num transporte, o caldeirão,
Cedendo aos movimentos do tempo,
Deixa cair pela bordas
Tanto do seu caldo,
Que a mão tenta repor no continente.
Porém, quente o conteúdo,
Retrai-se a mão,
Traindo nesse ímpeto
Uma improvisada decisão.

Se pensasse, a concha
Seria uma solução
Para não queimar a mão,
Porque, derramado o caldo,
Melhor é apará-lo embaixo,
Com um prato em posição,
Fazendo deste um novo continente.

Terra à vista, cisco nos olhos,
E eu metendo colher inapropriada
Nesse conteúdo desfigurado,
Nítidas palavras já apagadas!






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