segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

HAMLET DE OUTLET



O que soo

Se C ou não ser

Não é,

Seja isso o que for?

Se ser não E

E ser ou não ser

Soa assim

Como se não fosse,

Apesar de ser o que é?

Se sou,

E se isso soa a ser

Ou não C é

Ou, então, não, sô?

Sim, senhor, eu sou

O que suo,

Embora isso não seja C.

Se não suar,

Serei

Ou dirão que não,

Porque assim não soo

Ao que pretendo ser?

E se soar,

Num assesoir

Que não é sentar,

Que também não é C, tá!,

Um acetato que não se toca,

Ser rei

Ou errei ao C,

Isso ao cubo?

Dados postos,

Jogador de lado,

De qualquer dos seis,

Isto soa a jogo

De palavras suadas,

De palavras sem C,

De um C que não é,

De um E que só é

Se, acentuado,

For ser.

Forcei a mão

Como um Deus que joga dados.

Deus, sei que não sou.

Deus não sua,

Embora tudo soe a Ele

Como soi acontecer.

Se soo perdeu o acento,

Num jogo-de-cadeiras,

Perdendo o rebolado,

Com É não.

É ainda tem seu lugar,

Mesmo que,

E devemos lhe tirar o chapéu,

Quando circunflexo,

Circunspecto,

Fechado e conspícuo,

Ê ê ê ê!...

Sou, vá lá!

E isso é o quê?

O quê, sabe-se,

Não E,

Não C,

Não é o que parece ser,

Sendo o quê que é.

Se ser ou não ser é,

Tanto faz ser, que E,

Quanto não,

Que isso ainda é.

Se não for, vá lá!

Se for, é só ser.

Suado já,

Meu C (apenas um C)

Não é mais aquilo que foi,

Anda pondo manguinhas de fora,

Sem manter, entre as pernas,

Seu rabinho preso,

Soltando-o mesmo,

Como um S,

Como se,

Se sentindo como se fosse,

Não fosse o que é.

Cada qual seja o que for.

Cada um na sua.

Cada um sabe o que E.

Cada qual no seu ser.

Todos em si.

E só eu mesmo no ar


CHICO VIVAS

Um comentário:

  1. Que rico!!!
    O ser sempre será uma grande fonte...e o não ser, uma ponte para a questão!

    Marilia Martins

    ResponderExcluir

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